terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Um dia disseste que gostavas de correr riscos

Mas não. Tu não gostas de correr riscos.
O que tu gostas é de levar a vida sem pensar, encarar o que surgir e enfim, desenrascares-te. Depois... logo se vê! É ou não é?
Quando a situação que te surge envolta em risco e dificuldades, quando exige que penses e concilies o teu estar, o teu sentir e o teu agir, tu descontrolas-te... Aí afastas-te, isolas-te e adias. Enterras tudo num qualquer lugar profundo até que passa. Afinal, com o tempo tudo passa... E ao menos assim não arriscaste sofrer, perder, magoar... Mas magoaste.
Juntos traçámos o "risco" deste envolvimento nosso e deitámo-nos sobre ele... quase sem hesitar. Quase. Porque eu hesitei e foste tu, TU, quem me disse para viver e aproveitar um dia de cada vez.
Mantive-me então deitada sobre o tal "risco", descansada e apaixonada. Só me apercebi que já não estavas deitado ao meu lado (a viver um dia de cada vez...) quando o comboio do teu conflito interior me passou por cima e acabou, não comigo, mas connosco.
Parece que só entre ontem e hoje tomei real consciência das coisas.
Acabou.
.

Mesmo assim recordo-nos com um sorriso. Fizeste-me feliz.

1 comentário:

P' disse...

Agora já posso dizer, com um certo orgulho de ti, da tua força, da tua racionalidade, da maneira como olhas para o mundo, da confiança que me transmites; que é isto mesmo. Não foi contigo que o comboio acabou. É só isso que interessa. Tu, com mais ou menos uma cicatriz, mas inteira.

Adoro-te*
"Sou-te tudo o que me és" reconheces?