Não me venham com cenas que o Amor é para sempre,que existem príncipes encantados à procura de uma donzela a salvar no seu cavalo branco.Isso era o que nos transmitiam quando éramos pequenas nos nossos tempos de ingenuidade pura tentando que, quando mais velhos, idealizássemos as nossas fantasias de crianças e encontrá-lo-essemos aí ao virar da esquina pronto para nos salvar.Com o passar dos anos vemos que nem sempre há finais felizes nem sempre ele e ela ficam juntos porque simplesmente não podem ficar...Porque ele gosta mais da vizinha do que gosta de nós...Porque somos mais gordas do que a do lado...E tentamos encontrar um monte de justificações racionais(ou irracionais) para que ele não goste de nós não sabendo mesmo se ele sabe da nossa existência.
Sentíamos um fraco...Não amor, e declarávamo-nos às nossas amigas a dizer ele gostava de nós porque se ria ou olhava sempre para nós quando passávamos por ele e sentíamo-nos bem,isso era o essencial para sabermos que ele gostava de nós e seria o tal príncipe que ouvimos falar...
Crescemos e vemos que eles passam todos a fase da parvoeira que gozam com qualquer rabo de saia que lhes apareca à frente, dizem mal de todas as raparigas sem razão nenhuma, não estão nem aí para nós.
Com o tempo aprendemos que o amor não era o olhar mais ou menos, não eram as curtes de uma noite ou várias em que a quantidade de finos que ele tinha bebido era igual ou menos que o número de raparigas que andava a tentar fisgar. Esse tipo de " relações momentâneas" tinha chegado a um ponto em que não era isto que achávamos do amor ou aquilo que idealizámos.
E digo que hoje não sei o que é o amor...O amor é banalizado da forma mais atroz possível...Não há entrega, dedicação, sacrifício, nem paciência...É quase um contrato...Estás com a pessoa quando queres e quando ela quer, falam quando têm problemas, vão para cama para satisfazer a necessidade, partilham as contas (é sempre mais barato, então com a crise que está agora), vivem de baixo do mesmo tecto, falam todos dias mas o assunto ja é sempre o mesmo e aos poucos fartam-se da presença um do outro e precisam de algo novo porque aquele" amor" já passou do prazo de validade há muito tempo mas não querem abandoná-lo por comodismo.Porque preferem não perder mil e uma coisas do que arriscar a tentar encontrá-lo.Vivem do comodismo instalado porque a outra pessoa já entrou na rotina e não é o amor que está ali. Caímos sempre no mesmo erro porque confundimos amor com carências afectivas e...Com necessidade ou com medo de estar sozinho/a...Hoje não há amores como antigamente em que se namorava à distância com a permissão dos pais. É tudo muito mais básico, mais sexual do que sentimental. Paga-se por um amor fictício e por vezes acredita-se nessa ilusão. Mas o amor não é uma necessidade, é um estado de espírito. O amor não se escreve, não se troca,não se cria em meses,não se acorda virado para ele num dia e com outro estar-se nas tintas...Constrói-se aos poucos, sem saber como, nem porquê, nem para quê...Não exige, não discrimina, não aponta, não trái e hoje já nao há amores assim...Não há príncipes montados em cavalos brancos ao virar da esquina(o que mais se aproxima disso são os guardas da GNR na Dias da Silva, todos em desfile em cavalos brancos). Não vale a pena procurar por ele em todos aqueles que gostamos, ninguém é perfeito, nem o próprio amor o é...Mas também apercebemo-nos que não somos nenhumas princesas.
Texto da querida amiga R.
Sentíamos um fraco...Não amor, e declarávamo-nos às nossas amigas a dizer ele gostava de nós porque se ria ou olhava sempre para nós quando passávamos por ele e sentíamo-nos bem,isso era o essencial para sabermos que ele gostava de nós e seria o tal príncipe que ouvimos falar...
Crescemos e vemos que eles passam todos a fase da parvoeira que gozam com qualquer rabo de saia que lhes apareca à frente, dizem mal de todas as raparigas sem razão nenhuma, não estão nem aí para nós.
Com o tempo aprendemos que o amor não era o olhar mais ou menos, não eram as curtes de uma noite ou várias em que a quantidade de finos que ele tinha bebido era igual ou menos que o número de raparigas que andava a tentar fisgar. Esse tipo de " relações momentâneas" tinha chegado a um ponto em que não era isto que achávamos do amor ou aquilo que idealizámos.
E digo que hoje não sei o que é o amor...O amor é banalizado da forma mais atroz possível...Não há entrega, dedicação, sacrifício, nem paciência...É quase um contrato...Estás com a pessoa quando queres e quando ela quer, falam quando têm problemas, vão para cama para satisfazer a necessidade, partilham as contas (é sempre mais barato, então com a crise que está agora), vivem de baixo do mesmo tecto, falam todos dias mas o assunto ja é sempre o mesmo e aos poucos fartam-se da presença um do outro e precisam de algo novo porque aquele" amor" já passou do prazo de validade há muito tempo mas não querem abandoná-lo por comodismo.Porque preferem não perder mil e uma coisas do que arriscar a tentar encontrá-lo.Vivem do comodismo instalado porque a outra pessoa já entrou na rotina e não é o amor que está ali. Caímos sempre no mesmo erro porque confundimos amor com carências afectivas e...Com necessidade ou com medo de estar sozinho/a...Hoje não há amores como antigamente em que se namorava à distância com a permissão dos pais. É tudo muito mais básico, mais sexual do que sentimental. Paga-se por um amor fictício e por vezes acredita-se nessa ilusão. Mas o amor não é uma necessidade, é um estado de espírito. O amor não se escreve, não se troca,não se cria em meses,não se acorda virado para ele num dia e com outro estar-se nas tintas...Constrói-se aos poucos, sem saber como, nem porquê, nem para quê...Não exige, não discrimina, não aponta, não trái e hoje já nao há amores assim...Não há príncipes montados em cavalos brancos ao virar da esquina(o que mais se aproxima disso são os guardas da GNR na Dias da Silva, todos em desfile em cavalos brancos). Não vale a pena procurar por ele em todos aqueles que gostamos, ninguém é perfeito, nem o próprio amor o é...Mas também apercebemo-nos que não somos nenhumas princesas.
Texto da querida amiga R.
2 comentários:
«Mas o amor não é uma necessidade, é um estado de espírito.»
Isso do é Amor é assunto que dá pano para mangas... Até porque a ideia de Amor, hoje em dia, já não aparece purificada... Tem inerentes as desilusões, as traições, os medos, a desconfiança, os enganos e as lamentações. Não é o Amor puro, perfeito e feliz cantado pelos poetas, ou presente no fim dos filmes lamechas. Amar faz penar, faz sofrer, exige luta e dedicação...
Era realmente mais fácil o Amor inocente idealizado e, de certa forma até, sentido pelas crianças. Mas vendo bem, o que é que em criança não era mais facil? Eu tenho saudades dessa inocencia, do sentido pratico que se tem nessa idade: «Gosto dele porque me trata bem» ou «Não gosto mais dele porque é mau para mim». E mais nada. À medida que crescemos obrigam-nos a ver que o mundo nao tem só pessoas boas ou más, mas tambem as pessoas más que parecem boas e as pessoas que aparentam ser más. E é aí que ligamos o complicómetro... Distinguir as intençoes dos outros, escolher os nossos verdadeiros amigos e dedicar-nos a alguem (com Amor?) sem medo de sair magoado começa, ao longo dos anos, a ser cada vez mais dificil, por tudo o que vemos, ouvimos e até sentimos na pele...
No fundo, fizeste-me pensar...
Mas quero continuar a acreditar nesse principe que vem montado no cavalo branco... mesmo que o cavalo seja preto, ou que ele nao seja um principe... até pode não ter cavalo... desde que tenha AMOR para mim... ;)
eu quero acreditar que há um principe encantado para todas nos, mesmo que depois nao se revele assim tao encantado quanto isso...mas tb aí é que reside o amor...no saber lidar com as contrariedades n é babes?
somos novinhas, é agora que temos do sofrer com estas coisas do coraçao...ainda nos vamos rir tanto das nossas historias...ao lembrar-mo-nos dos rapazes com quem nos envolvemos e pensarmos"ainda bem que nao deu resultado !!!"
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